O poder do dinheiro nas eleições e o enfraquecimento da democracia


A influência do poder econômico nas democracias nunca deixou de existir, mas hoje ela se apresenta de forma ainda mais sofisticada. No Brasil, o cenário eleitoral é marcado por duas grandes distorções: o fundo eleitoral e as emendas parlamentares. São mais de R$ 6 bilhões destinados a campanhas e centenas de bilhões em emendas — muitas vezes distribuídas com pouca ou nenhuma transparência.
Com isso, partidos sem identidade ideológica viraram verdadeiras empresas financiadas com dinheiro público. A filiação de lideranças virou um negócio, e o financiamento público, que deveria democratizar as eleições, tem contribuído para o desequilíbrio do processo. Deputados e senadores decidem quanto dinheiro vai para as campanhas — e para onde vão suas emendas, criando um sistema de compra indireta de apoio e votos.
Federações partidárias, muitas vezes formadas por conveniência, reforçam essa lógica. Enquanto parte da população segue alheia ou distraída por debates ideológicos vazios, espertalhões dominam o sistema, distanciando ainda mais a política dos reais interesses da sociedade.