Rodrigo Valadares e Outros Deputados São Intimados pelo TCU por Gastos com Viagem a Festa de Trump nos EUA


O Tribunal de Contas da União (TCU) intimou os deputados federais Rodrigo Valadares (União-SE), Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) a prestarem depoimento nesta quarta-feira (14), em meio a um procedimento investigativo que apura o uso de recursos públicos para financiar uma viagem aos Estados Unidos. O motivo da viagem foi a participação dos parlamentares em uma festa de campanha do ex-presidente norte-americano Donald Trump, realizada no dia 5 de dezembro do ano passado.
Segundo revelou o site Diário do Centro do Mundo (DCM), os três congressistas gastaram pelo menos R$ 47.241,25 de dinheiro público com passagens aéreas, hospedagem e alimentação durante a estadia, que variou de cinco a dez dias. Os deputados ficaram hospedados em hotéis e até em um spa nas cidades de Orlando, na Flórida, e Washington, sem que houvesse qualquer agenda oficial registrada ou compromisso institucional informado à Câmara dos Deputados.
Rodrigo Valadares, por exemplo, passou oito dias na Flórida – de 31 de outubro a 7 de novembro – com todas as despesas custeadas pelos cofres públicos. Ele se hospedou no Ette Luxury Hotel & Spa, em Orlando, mesmo local onde ficou o deputado Paulo Bilynskyj. Nenhum dos dois apresentou justificativa oficial para os gastos, o que levantou suspeitas de uso indevido da verba parlamentar.
Diante da denúncia feita pelo DCM, a deputada Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP) apresentou uma representação ao TCU, acusando os parlamentares de possível prática de improbidade administrativa. Segundo ela, a conduta dos deputados afronta diretamente os princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência (artigo 37 da Constituição Federal), além de se enquadrar nos artigos 9º e 10 da Lei nº 8.429/1992, que trata dos atos de improbidade administrativa.
O TCU acatou a denúncia e determinou a intimação dos gabinetes dos deputados, que agora deverão prestar esclarecimentos formais e apresentar documentação que comprove a legalidade da viagem.
O caso levanta novamente o debate sobre a fiscalização dos recursos públicos e o uso das verbas parlamentares, reforçando a importância da transparência e da responsabilidade no exercício do mandato eletivo.